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Soberania Nacional é vendida em troca de um país de escravos

“É preciso urgentemente reinventar a sociedade. Isso deve ser feito rápido porque a conjuntura brasileira e internacional cada vez pior”, alerta Valter Pomar.

Foto: Ana Paula Bispo

 

 “O empresariado brasileiro aceita vender a soberania nacional se tiver um país de escravos”, afirmou o professor e doutor em história econômica Valter Pomar. O economista participou da primeira mesa do II Simpósio SOS Brasil Soberano, na manhã do dia 27/04.

Pomar criticou as “reformas” trabalhista e da previdência e a terceirização. Segundo o professor, as sociedades capitalistas, historicamente, se baseiam na exploração da força de trabalho. "Isso cria uma sociedade extremamente desigual, com uma democracia instável e frágil", avaliou o economista.

O Brasil vem sofrendo com constantes ataques à sua Soberania, entre eles, cabe destacar, o golpe que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff. Essas investidas acabam com direitos históricos, conquistados pelos trabalhadores, e destroem empresas estatais estratégicas, como a Petrobrás. Empresas e governos estrangeiros ganham a possibilidade de explorar as riquezas naturais e estratégicas, sem qualquer compromisso com o desenvolvimento e os interesses do país. Enquanto isso, o Brasil perde a possibilidade de criar condições de fazer um projeto amplo de país, adquirido com a descoberta do pré-sal. Com a derrubada da Lei de Partilha, que garantia participação obrigatória na exploração, hoje, qualquer empresa estrangeira pode explorar um bem estratégico e fundamental para o desenvolvimento do país. Vemos a entrega de bens essenciais e estratégicos, como o petróleo.

“A soberania nacional é um meio para atingir a igualdade social, que, por sua vez, cria condições para atingir a soberania nacional”, afirma. “É preciso urgentemente reinventar a sociedade. Isso deve ser feito rápido porque a conjuntura brasileira e internacional está piorando cada vez mais rapidamente”, alertou.

 

INDICADORES

Apesar de estar entre uma das dez maiores economias do mundo, o Brasil é o 72º em consumo de energia; o 79º entre 188 nações no ranking de IDH, índice leva em conta indicadores como educação, renda e saúde. Além disso, o país está em 92º lugar em desigualdade de gênero entre os 159 países analisados, atrás de nações de maioria religiosa conservadora, como: Líbia (38ª), Malásia (59ª) e Líbano (83ª). O Brasil ocupar ainda a 63ª posição em ciências, a 59ª em leitura e a 66ª colocação em matemática, na avaliação internacional dos estudantes entre 70 países do mundo .

Valter Pomar explica que isso acontece porque o Brasil cresceu economicamente, mas não se desenvolveu. Isso gera graves desigualdades sociais.

“O país vive em um desenvolvimento soluçante: inicia, se expande, mas por razões do mercado, ele vai até certo ponto e depois volta para trás. Por isso, sempre temos a sensação de que o país não consegue andar”, explicou.

 

PAPEL DO ESTADO

Pomar afirma que o Estado é fundamental para garantir a coesão social, fator primordial para resistir às investidas estrangeiras que querem destruir a soberania brasileira. Segundo ele, o poder público tem capacidade de defender os interesses do país e garantir o desenvolvimento.