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"Por que não bato panelas?", por Juvenal Gomes

Para o professor, "ela anda mais cheia entre os mais pobres nos últimos 12 anos"

Prof. Juvenal Lima Gomes

Não bato panelas porque vejo que ela anda mais cheia entre os mais pobres nos últimos 12 anos. Moradores de favela entraram na universidade e dobraram-se o número de universitários no país. Nossa taxa de desemprego é uma das menores do mundo subdesenvolvido atual. O Brasil possui leis que ajustam o aumento do salário mínimo ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Empregadas domésticas passaram a ter direitos trabalhistas como todo trabalhador e milhares de pessoas passaram a ter casa própria, sem falar é claro e principalmente, milhões de brasileiros deixaram de passar fome.

Não bato panelas porque sei que o Brasil possui um Congresso Nacional com 513 deputados federais e um senado com 81 senadores, cuja maioria estão aprovando projetos que aumentam as despesas do país de forma irresponsável e com o único objetivo de tornar a presidente Dilma impopular. Além disso, esses mesmos deputados e senadores possuem o poder de fazer as reformas políticas, sociais e econômicas que o país precisa e não o fazem apenas por interesses politiqueiros e, sobretudo, financeiros.

Não bato panelas porque sei do interesse de países estrangeiros, como os Estados Unidos, em desestabilizar a economia brasileira, sobretudo, com a desvalorização de estatais como a Petrobrás. Há um forte ataque aos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no intuito de que essas economias ou Estados não criem alternativas a dependência econômica de Estados Unidos e potências europeias.

Não bato panelas porque não concordo com a parcialidade da TV Globo, Bandeirantes e a grande mídia, que ao perder bilhões de reais em propagandas garantidas por governos elitistas ligados ao PSDB e outros partidos da tradicional direita brasileira, agora apoiam um golpe no país para recuperarem suas perdas financeiras.

Não bato panelas porque sei e senti exatamente o que significa ser governado pelo PSDB e partidos da tradicional direita brasileira a ele ligados. A prática de uma política preocupada com os mais ricos e que trata os movimentos sociais, sobretudo, professores, a base de bombas, chutes e ponta pés.

Não bato panelas porque sei que a corrupção não é uma invenção do PT e que embora a corrupção esteja sendo combatida no governo atual, isso não significa que ela esteja acontecendo apenas agora.
Não bato panelas porque não concordo com uma justiça parcial que julga suspeitos de irregularidades conforme interesses políticos e financeiros. Arquivando e engavetando todo e qualquer processo que diga respeito a tradicional elite política do país.

Não bato panelas porque sei que esse movimento que se diz apartidário é patrocinado pelos setores mais conservadores de nossa sociedade. Os mesmos que perderam a eleição para a presidenta Dilma em 2014 e agora tentam impor um clima de que o país esta fora de controle e que eles são a melhor solução.

Não bato panelas porque não apoio o projeto de golpistas que querem interromper o mandato da presidenta Dilma.  A elite brasileira percebeu que através das eleições esta difícil conquistar o apoio da maioria da população para seus projetos de poder, em benefício de uma minoria no país.

Enfim, não bato panelas porque sei que os golpes políticos nascem da preocupação de uma elite ocupada com seus próprios interesses e que esses golpes se tornam ditaduras que matam a democracia, calam os opositores, aumenta a pobreza dos mais pobres, impede o real crescimento do país, promovem a morte e o sofrimento. Não bato panelas porque não sou a favor do retrocesso. Acredito que a educação é a verdadeira revolução que nosso país precisa. Não bato panelas porque não sou a favor de nenhum projeto de poder fundamentado na ignorância das pessoas.