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Pesar pelo falecimento de Vito Giannotti

O escritor é autor de mais de 20 livros sobre a história da luta sindical no Brasil

O SENGE-RJ lamenta profundamente o falecimento do companheiro de lutas Vito Giannotti. Vito faleceu no dia 24 de julho, aos 72 anos, no Rio de Janeiro.  O velório foi realizado no domingo (26), na sede do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro).

Italiano, nascido em Lucca, província da Toscana, Vito veio para o Brasil em 1964, aos 21 anos. Filho de Clementina e Salvador Giannotti, morou 30 anos em São Paulo e há 11 morava no Rio de Janeiro. Era casado com a jornalista Claudia Santiago, pai de Taiguara e André e padrasto de Luisa.

Trabalhou como metalúrgico por mais de 20 anos, atuando na oposição da categoria em são Paulo. Lutou contra a Ditadura Militar, foi preso e torturado. Vito era um dos coordenadores do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), entidade que ajudou a fundar, responsável por ministrar cursos para dirigentes sindicais e jornalistas sobre comunicação sindical e popular. Os cursos do NPC não só formaram novos profissionais, mas também inspiraram muitas pessoas a lutarem.

Ao lado companheira Claudia Santiago, também fundou a livraria Antonio Gramsci, no Centro do Rio, que virou ponto de encontro da esquerda na cidade. 

Vito deixa grande legado para a temática da comunicação popular e luta operária. É autor de vários livros,  dentre os quais “O que é Jornalismo Operário”, “Collor, a CUT e a pizza”; “Trabalhadores da aviação: de Getúlio a FHC”, “A CUT por dentro e por fora”, “A CUT ontem e hoje”,  “Cem anos de luta operária”,  “Comunicação Sindical: a arte de falar para milhões”, “Muralhas da Linguagem”, “Dicionário de Politiquês”, “Manual de Linguagem Sindical” e “Força Sindical, a central neoliberal”

Em artigo publicado em abril sobre a morte de Eduardo Galeano, Vito o definiu como "um grande ser humano que enriqueceu muito a humanidade com sua vida, suas ideias e seus sonhos" e afirmou que o escritor "semeou em manteve a chama do sonho um outro mundo possível", um mundo "solitário, um mundo socialista". Fazemos nossas essas mesmas palavras. E acrescentamos quatro outras, que tanto representam o jeitão de Vito Giannotti, que encantou e inspirou tantas pessoas: "A luta continua, porra!".

 

 
 
 

A Internacional Socialista

 
De pé, ó vitimas da fome!
De pé, famélicos da terra!
Da ideia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra.
Cortai o mal bem pelo fundo!
De pé, de pé, não mais senhores!
Se nada somos neste mundo,
Sejamos tudo, oh produtores!
 
Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional
 
Senhores, patrões, chefes supremos,
Nada esperamos de nenhum!
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum!
Para não ter protestos vãos,
Para sair desse antro estreito,
Façamos nós por nossas mãos
Tudo o que a nós diz respeito!
 
Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional
 
Crime de rico a lei cobre,
O Estado esmaga o oprimido.
Não há direitos para o pobre,
Ao rico tudo é permitido.
À opressão não mais sujeitos!
Somos iguais todos os seres.
Não mais deveres sem direitos,
Não mais direitos sem deveres!
 
Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional
 
Abomináveis na grandeza,
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha!
Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu.
Querendo que ela o restitua,
O povo só quer o que é seu!
 
Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional
 
Nós fomos de fumo embriagados,
Paz entre nós, guerra aos senhores!
Façamos greve de soldados!
Somos irmãos, trabalhadores!
Se a raça vil, cheia de galas,
Nos quer à força canibais,
Logo verrá que as nossas balas
São para os nossos generais!
 
Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional
 
Pois somos do povo os ativos
Trabalhador forte e fecundo.
Pertence a Terra aos produtivos;
Ó parasitas deixai o mundo
Ó parasitas que te nutres
Do nosso sangue a gotejar,
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o sol de fulgurar!
 
Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional