"Não há progresso econômico sem olhar o mercado interno"
Jornalista Fernando Brito foi um dos participantes do II Simpósio SOS Brasil Soberano
Foto: Ana Paulo Bispo
Por Marine Moraes - SENGE-PE
“Ninguém defendeu tanto o empresariado brasileiro quanto, paradoxalmente, um sindicalista metalúrgico”, afirma o jornalista Fernando Brito, ao defender que não há progresso econômico sem olhar o mercado interno. Ele acredita que para o Brasil voltar ao crescimento, rumo a soberania, é preciso investir em políticas sociais que ofereçam poder de compra à população.
“Não há como termos uma orientação econômica que negue o papel do consumo como indutor do progresso brasileiro”, pondera Brito ao participar da primeira mesa do II Simpósio SOS Brasil Soberano – Engenharia, Soberania e aproveitamento de recursos naturais no Brasil, com o tema “O papel das empresas estatais e privadas no país soberano”.
O jornalista defende que as empresas estatais e privadas precisam conviver e compreender suas funções no desenvolvimento econômico. “A política de Estado é essencial para a empresa privada. Não existe indústria privada sem a estrutura da indústria estatal. A Petrobras, por exemplo, tinha 18 mil empresas fornecedoras, nos últimos anos baixou para 12 mil. São 6 mil empresas privadas que deixaram de fornecer para a Petrobras, o que, para elas, pode significar o fim”, explica.
De acordo com Brito, o Brasil tem todas as condições para expandir sua economia e retomar o desenvolvimento: excelente condição geográfica, riquezas minerais imensas, a conquista inesperada da autossuficiência duradoura através da descoberta do pré-sal e o seu maior recurso, que o coloca em um patamar diferenciado em relação a países desenvolvidos, como os europeus, o povo. Ele acredita que o processo de desenvolvimento da nação precisa ter como prioridade o povo, “é impossível ao Brasil viver sem um regimento político e um sistema econômico de natureza essencialmente popular”, defende.
“O que nós queremos ter? O que nós podemos ter? Eu penso que a única coisa que nós não podemos ter é o processo de retrocesso que estamos tendo hoje. É como o rio correr para cima da montanha. Não é natural”, conclui Brito.