Mulheres ocupam praça carioca com sarau e rap
Militantes compõem IV Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres
31/08/2015
Como parte da IV Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Rio de Janeiro, as militantes do Rio, São Paulo, Paraná e Bahia ocuparam a Praça Rio Grande do Norte, na região norte da capital fluminense, para a realização de oficinas e apresentações feministas diversos, com teatro, hip hop, sarau, desfile de moda africana, entre outras atividades. A noite foi marcada por muita reflexão, fortalecimento coletivo e protagonismo das mulheres negras.
Em montagem do Teatro da Oprimida, um elenco formado integralmente por mulheres interagiu com o público para discutir os papéis que são atribuídos às mulheres na família e na sociedade. O desfile de moda africana, um dos momentos mais aplaudidos da noite, trouxe para o cenário trajes típicos de diversos países do continente. As modelos encerraram convidando a plateia para uma grande ciranda de resistência e visibilidade da cultura negra. O coletivo de teatro Levante Mulher, que contribuiu com apresentações fortes durante toda a Ação, trouxe a temática do aborto e da visibilidade lésbica para a praça, com atuação e música.
Na sequência, foi a vez da rapper e militante da Marcha Mundial, Aika Cortez. Acompanhada de outras artistas, transformou a praça em um verdadeiro palco de rap feminista, denunciando a opressão sofrida pelas mulheres das periferias cariocas e também exaltando a luta cotidiana das mulheres destas regiões. O grupo percussivo Minas do Rio encerrou o set musical da ocupação.
Complementando a programação, aconteceram as oficinas temáticas, que contribuíram para a troca e formação política das mulheres. Coletivamente, foram produzidos zines, lambes, stencil, turbantes e instrumentos de batucada. A atividade contribuiu para a preparação do ato de encerramento da Ação, que ocupou vagões de trem, a Praça Agripino Grieco, no Méier, e ruas do entorno.
A 4ª Ação Internacional da Marcha das Mulheres
Com o lema “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, a 4ª edição da Ação Internacional da Marcha das Mulheres acontece cinco anos após a última mobilização, quando mais de duas mil mulheres de todo o país marcharam por cerca de 100 km para dar visibilidade à luta das mulheres. Diferente dos outros anos, a edição de 2015 é descentralizada, enraizada localmente com objetivo de visibilizar as lutas das mulheres em seus territórios específicos, suas resistências e alternativas.
Cinco ações descentralizadas já aconteceram este ano: em Tocantins, em Minas Gerais, em São Paulo, Paraíba, Distrito Federal, além desta no Rio de Janeiro, cujo tema da ação foi a Desmilitarização da Vida, dos Corpos e Territórios das Mulheres. As próximas ações são em Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Ceará e Rio Grande do Norte.