Movimentos populares ocupam Ministério da Fazenda contra reforma da Previdência
Série de atos e paralisações ocorrem em todo o país, convocados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo
Fonte: Brasil de Fato
O prédio do Ministério da Fazenda, em Brasília, foi ocupado nesta quarta-feira (15) como parte dos protestos contra a reforma da Previdência de movimentos populares e centrais sindicais, encabeçadas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Mais de 1,5 mil pessoas participam do ato, segundo a organização.
“A perda de direitos e os retrocessos promovidos pelo governo Temer são os principais motivadores da ocupação, que tem sua centralidade na luta contra a reforma da previdência, enviada pelo presidente Michel Temer em dezembro do ano passado”, justifica nota dos movimentos.
Os movimentos criticam ainda o fato de o governo alegar que existe um rombo na Previdência. “Já foi desmentido pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e também por especialistas em auditoria, como a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil”.
Para as organizações, enquanto o governo justifica a reforma pelo déficit, empresas se beneficiam de desonerações fiscais. Além disso, criticam o não combate à sonegação fiscal e o perdão de dívidas de empresas que devem ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Participam da ocupação Via Campesina Brasil, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas (CONAQ), Movimento dos Trabalhadores por Direitos (MTD), Movimento de Luta pela Terra ( MLT), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), além de professores e trabalhadores ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Dia de Mobilização
As atividades contra a reforma da Previdência proposta por Michel Temer ocorrem em todo o país nesta quarta-feira (15). O tema já esteve na pauta das mobilizações do 8 de março, na semana passada, e volta às ruas com paralisações de categorias importantes, como metroviários e rodoviários em capitais como São Paulo e Belo Horizonte, além dos professores que foram os primeiros a propor a greve para hoje.
Em Brasília, teve início às 8h a concentração do ato na Catedral, onde os manifestantes devem seguir até o Ministério da Fazenda e se somar à ocupação.
O Brasil de Fato tentou contato com a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda, mas não foi possível nos contatos disponíveis.