Faferj inaugura regional e busca apoio da engenharia popular
A Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro anunciou a abertura de uma unidade em São Gonçalo, em evento que teve a participação do Senge RJ. A ideia é que os engenheiros usem o conhecimento técnico a favor da população.
A Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro formalizou neste sábado (7), em São Gonçalo, a criação da primeira unidade ativa fora da capital. A diretoria da regional tomou posse durante evento que contou com a participação do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ), chamado a apoiar as ações de engenharia popular nas comunidades.
“O Senge RJ foi convidado a falar sobre a importância do conhecimento técnico e da engenharia para construção de uma cidade mais justa”, explica Pedro Enrique Monforte, diretor de Infraestrutura e Urbanismo da Faferj e também diretor do Senge RJ. “Muitas vezes os argumentos técnicos são usados para justificar a falta de acesso a direitos”, afirma o engenheiro. “Por exemplo, com alegações de que não se pode construir habitações porque não há terreno disponível, ou que não se pode fazer saneamento básico para toda a cidade de uma vez, e outras falácias desse tipo. Por isso, é fundametnal ter entidades técnicas ao lado do movimento social, das comunidades, para desfazer esses mitos e mostrar o outro lado, buscar soluções concretas. Para isso serve a engenharia.”
A proposta de valorização da missão popular da engenharia é a base também do Coletivo Força Motriz, de estudantes de Engenharia da UFRJ, onde também atua o diretor do Senge RJ. O coletivo tem projetos de extensão em várias comunidades do Rio.
A Faferj, segundo Pedro, vem já há alguns anos acompanhando a situação das comunidades de São Gonçalo. “São áreas grandes, com muitos moradores, que sofrem a ausência do Estado e de serviços públicos, e com a extrema violência por parte da polícia”, explica. A unidade a ser instalada no Columbandê, bairro com cerca de 31 mil habitantes, é a primeira de um movimento da entidade para voltar a atuar com sedes regionais.
Foto: (da esq. para a dir.) David Gomes, diretor da Faferj, Andressa Azevedo, coordenadora do Coletivo Força Motriz, Pedro Enrique Monforte, diretor da Faferj e do Senge RJ, Rossino Diniz, presidente da Faferj, Gabriel Siqueira, diretor da Faferj.