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Estudantes da UFRJ criam coletivo em defesa de uma engenharia popular e da soberania nacional

Na apresentação do coletivo, publicada em sua página no Facebook, os participantes destacam o papel transformador da Engenharia, que, segundo eles, tem sido deixado de lado no país.

Por Verônica Couto - SOS Brasil Soberano

Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançaram o Coletivo Força Motriz, “em defesa de uma prática de engenharia mais popular e comprometida com o desenvolvimento e a soberania nacional brasileira”. Na apresentação do coletivo, publicada em sua página no Facebook, os participantes destacam o papel transformador da Engenharia, que, segundo eles, tem sido deixado de lado no país – por exemplo, em grandes projetos como os da usina de Belo Monte, que desconsideram aspectos éticos, impactos humanos e ambientais.

“O nosso verdadeiro papel é utilizar o conhecimento e a prática científica para fornecer todas as bases materiais que o povo brasileiro necessite pra sobreviver, produzir máquinas que trabalhem a favor do ser humano, e não da sua subjugação. Estar presentes no dia a dia da nossa populações mais necessitada, para poder compreender como, porque, e o que precisam”, escrevem. “É nosso papel criar tecnologias que melhorem a vida da maioria pobre, e não da minoria rica. É nosso papel não apenas combater a pobreza, mas o próprio sistema que a cria. É nosso papel defender os recursos estratégicos brasileiros, e nossa soberania nacional. É nosso papel lutar para combater o déficit habitacional e construir a reforma urbana. É nosso papel lutar contra o latifúndio improdutivo e construir a reforma agrária. É nosso papel construir a liberdade, e não a exploração.”

Em conjunto com as Brigadas Populares-RJ, dentro do movimento estudantil da UFRJ, o Coletivo Força Motriz dá apoio técnico a iniciativas de moradias populares, ocupações urbanas e em outros espaços que demandem conhecimento de engenharia. Está diariamente na Ocupação Povo Sem Medo da Pavuna, oferecendo suporte a dezenas de famílias sem teto em situação de pobreza. Novas áreas deverão ser atendidas ao longo deste ano.

Dentro da universidade, o grupo organiza, há dois anos, discussões sobre a função social da engenharia, a gestão de recursos estratégicos nacionais e os impactos ambientais da profissão, sendo o principal desses espaços o Círculo de Debates Engenharia e Sociedade, criado em 2017. Também integra a gestão da Confraria Acadêmica da Engenharia Metalúrgica e de Materiais ( CAMM UFRJ), e, em conjunto com o Centro Acadêmico de Engenharia (CAEng UFRJ), promove a mobilização dos cursos de engenharia a favor da defesa dos direitos do estudante e de pautas que digam respeito à cidadania “num momento de golpe e crise”.

A intenção do coletivo é apoiar a unidade entre os movimentos e grupos que lutam por causas comuns. “Acreditamos que o objetivo de uma Engenharia realmente comprometida com o desenvolvimento nacional brasileiro e a soberania do seu povo só pode ser alcançado uma vez que se integre na luta pela construção de uma nova maioria no nosso país, isto é, um campo de forças sociais capazes de iniciativa na luta política que busque pela hegemonia em todas as dimensões da vida social. Para isso, nossa linha é a unidade entre os movimentos e grupos que lutem pelo mesmos objetivos que nós, e nosso campo de atuação é o cotidiano do povo brasileiro, dentro das universidades, escolas, favelas, ocupações, e quaisquer espaços onde o conhecimento e a técnica de engenharia são necessários para a libertação de nossa gente.”

Para curtir, acompanhar e interagir, a página do Coletivo Força Motriz está disponível no link:
https://www.facebook.com/coletivoforcamotriz/