Eletricitários decidem fazer greve de 72 horas
Objetivo é chamar atenção para o não pagamento da Participação de Lucros e Resultados
Os trabalhadores do setor elétrico de todo o Brasil decidiram fazer greve nos dias 11, 12 e 13 de maio para protestar contra o não pagamento da Participação de Lucros e Resultados (PLR) de 2014. Além disso, serão realizadas assembleias diárias às 12h na porta da Eletrobras, no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada em reunião realizada na sede do Sintergia-RJ nesta quinta-feira (07).
Na assembleia, também foi afirmado que “não haverá retorno da greve como ‘voto de confiança’ ou sinal de boa vontade, apenas com a proposta real de pagamento da PLR”.
Os trabalhadores temem que o pagamento seja feito sob outra denominação e sem um termo assinado, que prejudique o recebimento do benefício nos próximos anos.
Mesmo após inúmeras reuniões entre sindicatos e empresa e a divulgação financeiro do último ano, a Eletrobras ainda não definiu como e quando será realizado o pagamento da PLR do ano passado. Nenhuma proposta foi apresentada, o que é considerado pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários, um “descaso com os trabalhadores e trabalhadores do sistema, uma vez que a categoria fez sua parte, mesmo com as dificuldades do período”.
Desde a renovação das concessões do setor em 2013, através da Medida Provisória 579, o grupo Eletrobras teve prejuízo total de 16 bilhões. Além disso, mais de 5 mil trabalhadores saíram da empresa através do plano de demissão voluntária, o que representa 18% do total de eletricitários em todo o Brasil. Mesmo assim, as empresas do grupo não tiveram redução na produção de energia, ao contrário, os resultados operacionais foram positivos.
Os trabalhadores defendem que o cálculo da PLR deve ser feita a partir de metas operacionais, e não financeiras.
A assessoria do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) elaborou uma análise do balanço da Eletrobras. Não fossem os efeitos da MP 579, o grupo teria um lucro de 6,4 bilhões.