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Dirigintes sindicais são demitidos

A atual administração da empresa ignora as leis que proíbem a demissão de dirigentes sindicais sem justa causa

A atual gestão de Recursos Humanos da Light demitiu, no dia 19 de setembro, dois dirigentes sindicais sem justa causa. O diretor de base do SINTERGIA, Luciano Baptista Gitsos, e o diretor-executivo de Apoio ao Profissional do SENGE-RJ, Clayton Vabo, foram demitidos, atacando os direitos sindicais e a legislação trabalhista, que proíbe a dispensa de trabalhadores com cargos em entidades sindicais. O engenheiro Clayton Vabo tem 40 anos de serviços dedicados com excelência à empresa. É diretor eleito para o triênio 2016-2019.

Como determina o Parágrafo 3º do Artigo 543 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Súmula 369 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o Inciso VIII do Artigo 8º da Constituição Brasileira, é ilegal a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou represntação sindical ou associação profissinal.

A situação é ainda mais grave pois Luciano e Clayton são integrantes da Comissão de Negociação do SINTERGIA e do SENGE-RJ. A LIGHT, através de seus órgãos de RH, além de absolutamente incompetentes e inábeis para tratar de negociações e acordos coletivos, resolveu agredir frontalmente a autonomia sindical e o direito de representação. Busca dessa forma atingir, os sindicatos e todos os trabalhadores. Isso ocorre logo após uma campanha salarial dificíl, que culminou com um acordo na Justiça do Trabalho, onde a mentira patronal escancarada não prosperou.

A LIGHT, ao assinar a ata do acordo coletivo na Justiça do Trabalho, concordou expressamente em não aplicar qualquer tipo de retaliação aos trabalhadores que estiveram envolvidos nas paralisações setoriais durante o ACT, sobretudo aos dirigentes sindicais. Mas isso parece que foi esquecido pela diretoria de RH.

Durante os jogos Olímpicos e Paralímpicos, os trabalhadores da LIGHT foram fundamentais e realizaram um trabalho lindo e competente para o sucesso dos eventos. Ao encerrar os jogos, a LIGHT investe ferozmente numa atitude mesquinha e de traição ao comprometimento profissional desses mesmos trabalhadores, que se sacrificaram ao extremo. Hoje, eles vivem o estresse e a agonia de esperar a demissão, pagando pelos prejuízos e danos causados à empresa por decisões e atos de gestões incompetentes e irresponsáveis. Nada do que acontece na empresa é responsabilidade dos trabalhadores.

 

Situação financeira da LIGHT é calamitosa

Enterrada em dívidas de cerca de 7 BILHÕES de reais e valendo perto de um terço desse valor, a LIGHT vem se valendo de toda a sorte de arbitrariedades para tentar pagar aos bancos credores. Nunca se soube, na história da LIGHT, da ocorrência de não pagamento à prestadores de serviço e fornecedores, de cortes tão violentos em atividades vitais de manutenção e operação do sistema elétrico. Tão pouco a prática de fatiar salários e tentar extinguir benefícios de seus trabalhadores como agora.

O clima na empresa é de medo, tensão e insegurança total entre os profissionais. E a consequência principal dessa incompetência insana é o aumento dos acidentes de trabalho, a ineficiência e a fuga de profissionais. O corpo gerencial, sobretudo o formado por engenheiros da casa, está intranquilo e decepcionado com a ínfima possibilidade de crescimento, face, sobretudo, à “importação” de profissionais oriundos da concessionária AMPLA, que tem ocupado os postos principais na diretoria de distribuição da LIGHT.

Vale lembrar que a AMPLA resguardada a capacidade incontestável de muitos de seus profissionais, jamais foi paradígma para a LIGHT. Hoje, ela apresenta um DEC/FEC com indicador que é o dobro do da LIGHT, o que por si só revela que pode estar ocorrendo uma “ação entre amigos”, em detrimento dos profissionais de carreira da LIGHT, que se sentem profundamente desprestigiados.

Outro fato lamentável tem sido a diminuição constante e irresponsável do quadro de profissionais próprios encarregados pela operação e manutenção das redes subterrâneas. Como consequência, a sociedade volta a assistir e a se apavorar com as diversas explosões de câmaras e caixas subterrâneas, que recentemente matou uma atriz e feriu diversos dos seus amigos. Tudo foi amplamente divulgado pelos meios de comunicação.

No auge da crise do sistema subterrâneo, após uma intervenção decisiva do CREA-RJ junto com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, onde a CEG foi arrolada como responsável direta pelo elemento combustível das explosões, chegou-se a contratar e a capacitar cerca de 300 profissionais. Hoje não chegam a 100, entre administrativos e pessoal técnico de campo. As empreiteiras contratadas, que tem em seus quadros muitos ex-trabalhadores da Light com extrema experiência, sem receber pelos serviços prestados em dia, ficam no dilema de encerrar suas atividades, ampliando o fantasma do desemprego.

 

Essa é a realidade que vivem os profissionais da LIGHT hoje

Mas toda essa realidade infame e deletéria pode mudar. Através da nossa União e do nosso comprometimento na luta, juntos, todos juntos aos nossos sindicatos, SINTERGIA e SENGERJ, juntos às nossas Federações FNU e FISENGE, à CUT e a todas as entidades companheiras e solidárias, seremos capazes de mudar esse cenário de incertezas e de inseguranças, conquistando de volta a LIGHT soberana e orgulho de todos nós.

 

Leia o boletim feito pelo SENGE-RJ aqui