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CNE se reúne com a Eletrobras em Brasília

Coletivo Nacional dos Eletricitários debateu as Medidas Provisórias 577 e 579

Nesta quarta-feira (17), o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) se reuniu com a Eletrobras em Brasília. Os diretores do Senge-RJ Gunter de Moura Angelkorte e Agamenon Oliveira participaram da reunião.

Segundo Gunter, a direção do grupo apresentou uma avaliação do PMSO (Pessoal, Material, Serviços e Outros). A sigla foi apresentada pela empresa durante uma das reuniões da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2012/2013.

Trata-se de um estudo feito pela Eletrobras para analisar como diminuir as taxas de energia elétrica. De acordo com a empresa, o gasto com pessoal (o "P" da sigla) representa 22% de todo o gasto da Eletrobras.

Na reunião realizada nesta quarta-feira, a empresa não soube dizer o quanto precisaria ser reduzido nos gastos com os empregados. Disse apenas que seriam três parcelas, uma a cada ano. No entanto, afirmou que essa redução seria realizada através do corte de benefícios como, férias, horas extras e Adicional por Tempo de Serviço.

No entanto, Gunter criticou os gastos com terceirizados, que não estão sendo considerados.

“A empresa falou que é complicado lidar com a terceirização. Mas, para mim, complicado é cortar salário.”

Medidas Provisórias

Além disso, durante a reunião, as Medidas Provisórias 577 e 579 também foram debatidas. A MP 577 “dispõe sobre a extinção das concessões de serviço público de energia elétrica e a prestação temporária do serviço, sobre a intervenção para adequação do serviço público de energia elétrica”. Já a MP 579 “dispõe sobre as concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica” e prevê a redução nas tarifas de energia elétrica no Brasil.

Aliada à exigência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de reduzir as despesas para renovar as concessões, empresas do setor já começaram a anunciar cortes de funcionários.

O diretor afirmou ainda que os eletricitários só começarão a negociar depois que a compensação das horas de greve for cancelada.

“Qual a confiança que temos na empresa? Ela disse que ia marcar uma reunião 60 dias depois do fim da negociação deste ano para conversar sobre a compensação e depois mandou as circulares falando de compensar 96 horas de greve, sem que nada tivesse sido acordado com os sindicatos”, disse Gunter.

Além disso, o diretor também afirmou que, para reduzir em 30% a tarifa de energia, como foi afirmado pela presidenta Dilma Rousseff, seria necessário reduzir 50% a receita de Furnas e em 70% a da Chesf.

“Isso é cortar a capacidade de investimentos das geradoras”, criticou Gunter.