Acadêmicos e especialistas debatem seca
Será inaugurado no dia 24, o XI Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente
Com a presença da ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, do governador do Estado do Rio, Luiz Fernando de Souza (Pezão) e do prefeito Eduardo da Costa Paes, será inaugurado no próximo dia 24, às 10 horas, no Clube de Engenharia, o XI Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente, que tem como foco a questão da água e a seca chegando ao sudeste.. Apesar do Brasil ter 12% da água doce do mundo, há problemas concretas da ameaça da falta do líquido, particularmente no eixo Rio-S.Paulo, conforme atestam os reservatórios das duas cidades. E as alterações climáticas tornam imprevísivel afirmar que vai chover mais ou menos, segundo os especialistas.
Para os acadêmicos e especialistas, é necessário uma integração continental na política de recursos hídricos. Por outro lado, a densidade populacional e a crescente e desorganizada ocupação urbana nas regiões metropolitanas, principalmente nas regiões sul e sudeste, estão gerando problemas de abastecimento e de poluição nos rios que desaguam no mar.
Outro problema crescente é a urbanização do subsuperfície, com obras de infraestrutura ( redes de transporte, gás e energia , entre outros ), que interage com a superfície, afetando o ambiente urbano.e um dos mais preciosos minerais do planeta, a água. O Congresso quer debater essa interação superfície-subsuperficie para responder agora e no futuro às mudanças climáticas, aos eventos extremos de inundação e escassez.
Hoje, temos dois dos maiores reservatórios de água doce do mundo , o de Guarani e o da Grande Amazônia. O primeiro fica na região centro-oeste da América do Sul, abrangendo quatro países: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Sua área é de cerca de 1.2 milhões de km2 (71%) no Brasil, que cobre oito estados brasileiros. Com uma população de 15 milhões de habitantes. São 45 trilhões m3 de reservas permanentes. Ocorre que está havendo contaminação por fluor, metais pesados e inseticidas usados na agricultura, principalmente na região de Ribeirão Preto (SP)
O segundo é conhecido como Grande Amazônia, indo desde a foz do Amazonas até as bacias subandinas, incluindo os aquíferos de Alter do Chão, Solimões, Amazonas e Marajó. Os recursos hídricos são estimados em 162.520 km3, o maior do planeta.. Hoje cerca de 40% da cidade de Manaus é abastecida pelo Alter do Chão, através de 10 mil poços particulares e 130 de rede pública. O resto vai para Santarém.
A vantagem é que a recuperação da reserva das águas dos rios é mais rápida, comparativamente com os recursos subterrâneos. Mas o problema é o mesmo da regão sul-sudeste; contaminação das águas perto dos centros urbanos, principalmente o despejo de esgoto nos igarapés e do mercúrio usado no garimpo e das substâncias usadas pelo narcotráfico.. Uma das propostas em discussão é o uso de canais de irrigação para a produção de alimentos.