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TKCSA é multada pela 3ª vez pelo mesmo crime

Os impactos causam danos à saúde, ao ambiente e à renda dos moradores

Fonte: Boletim do MST RJ

 

Mais um crime ambiental da TKCSA na Zona Oeste do Rio. Nova multa é de R$ 10,5 milhões

 

A Secretaria Estadual do Ambiente anunciou, na última quinta-feira (1/11), que a Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) será multada em R$ 10,5 milhões por mais um caso de poluição com a chamada “chuva de prata”, pó expelido pela fábrica localizada na Zona Oeste do Rio.

O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, informou que levantamentos foram realizados no local e classificou os erros da TKCSA como “grotescos”. “A minha paciência com a TKCSA acabou. Eles não podem afetar a saúde da população seja porque houve rajadas fortes de ventos ou porque a pilha de resíduos onde fica o carbono e o grafite não foram umedecidas por falta de caminhão-pipa. Não é a primeira vez que eles fazem esta lambança. Acenderam o segundo cartão amarelo. O próximo é suspensão. Não vamos mais admitir este tipo de erro grotesco”, afirmou Minc.

A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Marilene Ramos, explicou que os resíduos provocam o agravamento de problemas respiratórios, dermatológicos e alérgicos. “É um pó fino que se deposita, entra na casa das pessoas, traz sujeira e causa problemas de pele, de respiração e irritação na vista. É grave”, disse Marilene.

Essa é a terceira vez que TKCSA é autuada pelo mesmo tipo de crime ambiental. Na primeira, foi multada em R$ 1,8 milhão e na segunda, em R$ 2,8 milhões. No entanto, em nenhum dos casos a empresa realizou o pagamento das multas, uma vez que ingressou com ações para questionar a decisão. Além dos R$ 10,5 milhões, a empresa terá que aplicar R$ 4 milhões na zona rural para compensar os prejuízos de agricultores e realizar o plantio de 15 mil árvores.

 

Chuva de Prata é um acontecimento “grave” e “criminoso”, diz PACS

Chuva de Prata traz prejuízos à sociedade e ao meio ambiente

 

 

Segundo o Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), este pó vem produzindo graves impactos socioambientais desde 2006/07, com danos à saúde, ao ambiente e à renda dos pescadores e moradores de Santa Cruz, Itaguaí e demais áreas da Baía de Sepetiba. A entidade encaminhou, na última quarta-feira (31/10), uma denúncia à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) cobrando medidas cabíveis.

“Esse acontecimento se torna ainda mais grave e criminoso, na medida em que os moradores não encontram atendimento médico nas instituições públicas de saúde da região e que até o momento, a SEA e o INEA nada fizeram com relação aos danos à saúde causados pelas partículas emitidas pela TKCSA”, afirmou o PACS na denúncia.

O PACS também ressalta que a TKCSA não possui até o momento licença de operação. “Atualmente, a empresa funciona assegurada por um Termo de Ajuste de Conduta questionável, assinado entre a mesma, a SEA e o INEA (e sem a presença dentre os signatários do Ministério Público)”, alerta a entidade. A empresa já foi denunciada no plano internacional no Parlamento Alemão e Europeu e, no âmbito nacional, já foi objeto de investigação de uma comissão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.