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Profissionais da engenharia debatem reconstrução do Brasil com soberania popular e sindicalismo

Evento reuniu especialistas para discutir o papel dos sindicatos e da engenharia na construção de um país mais justo

Na tarde da última sexta-feira (01/09), aconteceu a segunda mesa de debates do 13º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros (Consenge). Com o tema “Organização Sindical”, as reflexões foram conduzidas pelo sociólogo e ex-diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz, e pelo ex-presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), Marcos Túlio de Melo. Os participantes da mesa trouxeram para o debate questões estratégicas para o futuro da engenharia e do sindicalismo no Brasil.

Marcos Túlio de Melo, enfatizou a importância de disputar os espaços da engenharia no governo federal e nos órgãos de decisão que legislam não apenas sobre aspectos profissionais, mas também sobre questões que impactam a vida social como um todo. Ele alertou para a atual ocupação desses espaços por grupos de direita e pelo "centrão". Túlio argumenta que "é preciso ter a competência necessária para a formação dos profissionais da engenharia e essa reestruturação também demanda tempo e capacidade das entidades sindicais, principalmente em relação ao apoio dos Governos em nível Municipal, Estadual e, destacadamente, da União". Marcos Túlio também ressaltou que as áreas sindicais têm uma perspectiva mais progressista e devem atuar como interlocutoras do Governo Federal para garantir uma real reestruturação da engenharia brasileira.

Por sua vez, Clemente Ganz abordou as oportunidades e desafios enfrentados pelos sindicatos como entes de interesse público não estatal. Ele defendeu a importância da reorganização sindical e propôs a criação de marcos regulatórios para o sistema de negociação coletiva. Além disso, Ganz enfatizou a necessidade de ampliar a discussão sobre a ampliação do escopo de abrangência das organizações sindicais.

"Quem tiver um bom emprego terá uma média de 15 a 20 vínculos de trabalho profissional. Ou seja, aquele engenheiro que começou na Eletrobrás e vai se aposentar na Eletrobrás não existe mais nesse futuro do trabalho. Em média, serão cinco profissões ao longo da vida", afirmou Clemente Ganz, destacando a importância dos sindicatos se atualizarem diante das mudanças no mundo do trabalho.

O 13º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros aconteceu até o sábado, 2 de setembro, e foi transmitido ao vivo pelo YouTube da Fisenge, proporcionando acesso a um público amplo e interessado em discutir os rumos da engenharia e do movimento sindical no Brasil.

O 13º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros (Consenge) teve início na quinta-feira, 31 de agosto, na cidade do Rio de Janeiro. Com o tema central "Reconstruir o Brasil com soberania popular, engenharia e o movimento sindical", o evento foi um espaço de debate e reflexão sobre o papel da engenharia e dos sindicatos na construção de um país mais justo e igualitário.
 

Manoel Ramires  – Senge PR
Foto: Adriana Medeiros
Cobertura Conjunta 
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