Privatização da Eletrobras é um ato danoso, diz presidente do Crea-PB e diretora da Fisenge
Para Giucélia Figueiredo, a medida atenderia aos interesses de poucos e levaria a uma série de resultados desastrosos para a população e a Engenharia brasileira.
Fonte: Fisenge
Nesta semana, foi anunciada a intenção do governo de se desfazer do controle da Eletrobras, responsável por 37% do total da capacidade de geração de energia elétrica do país e 57% de linhas de transmissão instaladas em território nacional. A notícia surpreendeu o mercado, mas suscitou intensos debates sobre as conseqüências de uma possível privatização da empresa. Para a presidente do Crea-PB, Giucélia Figueiredo, a medida atenderia aos interesses de poucos e levaria a uma série de resultados desastrosos para a população e a Engenharia brasileira.
Para defender a venda da Eletrobrás, o ministro de Minas e Energia cita como exemplos de sucesso a Vale do Rio Doce e a Embraer. Giucélia lembra,no entanto, que em 1997 a , a Vale foi vendida por R$3,3 bilhões, quando seu valor estimado era cerca de 28 vezes mais: R$92 bilhões. Segundo a presidente do Crea, a privatização da empresa sob argumentos de elevação da eficiência e acomodação das contas públicas passa longe da realidade. “O que o Brasil pode sofrer a partir da cessão da Eletrobrás à iniciativa privada vai muito além do que o governo alega. Além de não impactar o grau de endividamento do Estado, a privatização vai penalizar o cidadão, encarecendo sua conta de energia elétrica. Podemos, inclusive, reviver os tempos de apagão”, argumenta.
Giucélia Figueiredo afirma ainda que a venda da empresa põe em risco a segurança energética e a soberania nacional. “Estamos falando de uma das empresas símbolo do nosso país. Deixá-la a mercê de interesses privados é um tiro no pé, pois perderemos o controle e a autonomia de uma empresa estratégia para a sociedade brasileira”. A presidente do Crea teme ainda as possíveis conseqüências para a Engenharia Nacional. “Durante privatizações anteriores, milhares de engenheiros e demais trabalhadores foram demitidos, isso significa uma perda da memória tecnológica e o comprometimento parcial ou total de inúmeros projetos. Por todos esses motivos, não podemos deixar a Energia do Brasil ser transformada em mercadoria barata. Vamos defender o setor elétrico, a Engenharia e o povo brasileiro " completa.