O Senge RJ quer a punição dos responsáveis pela chacina do Jacarezinho
É revoltante que as forças policiais do Estado ataquem uma comunidade como demonstração de força, para afrontar o STF, e usando crianças como escudo retórico. É preciso investigar a cadeia de comando e os responsáveis pela operação.
O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ) se soma à indignação global frente à brutalidade cometida nesta quinta-feira (6) contra a população do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, onde operação policial resultou em 25 mortos e incontáveis violações aos direitos fundamentais da cidadania.
É revoltante que as forças policiais do Estado ataquem uma comunidade como demonstração de força, para afrontar o Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu restringir operações dessa natureza durante a pandemia de covid-19, como medida sanitária e para preservar vidas.
Pior ainda, crer que o Estado protagonizou esse espetáculo de horror em nome da defesa das crianças, utilizadas como demagógico escudo retórico. A preocupação com o aliciamento de menores pelo tráfico contradiz frontalmente a indiferença com que o mesmo Estado submeteu as crianças do Jacarezinho ao horror de uma experiência de guerra.
A ação policial mais letal da história do estado do Rio de Janeiro chocou o mundo. O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos pediu investigações imparciais e abertas sobre a operação policial, que foi precedida por um encontro a portas fechadas, na quarta-feira (5), entre o governador Cláudio Castro e o presidente Jair Bolsonaro.
Investigar todos os passos que levaram ao massacre do Jacarezinho é crucial para a democracia brasileira. Se houve informação de inteligência para respaldar essa violência injustificável, a opinião pública e as representações da sociedade civil devem conhecer seu conteúdo. E os responsáveis pela ação, ser punidos nas devidas instâncias.
A Constituição Federal e a sociedade brasileira não aceitam a pena de morte, a execução sumária, a chacina do povo preto, pobre, vulnerável.
Foto: Joel Luiz Costa/Twitter/reprodução. In Rede Brasil Atual