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“O Estado acabou”, afirma João Pedro Stédile

Para o coordenador nacional do MST, o estado tem que ser reformado para acabar com a crise política e econômica

Foto: Alessandro Carvalho

O coordenador nacional do Movimento dos Sem-Terra, João Pedro Stédile, acredita que o modelo de Estado está em crise e precisa ser completamente reformulado. Esta foi a questão central da fala de Stédile durante o III Simpósio SOS Brasil Soberano, realizado no dia 08 de junho, em Belo Horizonte.Segundo João Pedro Stédile, o modelo gestado para fazer a burguesia industrial enriquecer acabou porque quem domina no momento é o capital financeiro internacional, que não precisa do trabalho para acumular riqueza. Isso é feito através da especulação.

Por isso, Stédile acredita que o caminho é a realização de uma assembleia constituinte popular para reformular a forma do Estado funcionar.

“Temos que discutir um plano de país, a médio prazo, que deve ter como fundamento uma nova economia, baseada na indústria e na agricultura. O Estado tem que ser reformado. Não basta apenas uma reforma política”, defende Stédile.

A Revolução Russa de 1917, que completa 100 anos em 2017, foi lembrada como uma situação em que o povo foi capaz de lutar contra um Estado que não a representava.

 

Diretas Já

“Estamos repetindo o grande arco de aliança de 1984, que conquistou a democracia nas ruas. Agora a tarefa é dialogar com outras forças para ampliar a rede. Vamos realizar uma sequência de atos públicos no maior número possível de cidades. Na Frente Ampla Nacional pelas Diretas Já fazem parte todos os partidos de oposição, alguns deles que saíram da base golpista, e algumas correntes do próprio PMDB, que apoiaram os golpistas, todas as centrais sindicais, todas as denominações religiosas, todas as grandes entidades nacionais e a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo.”

 

Periferia do mundo

“A crise econômica instalada no Brasil e no planeta tem suas raízes no modo capitalista de funcionar. Essa crise apareceu por volta de 2008 e depois, como tsunami, foi se espalhando. Nós, que estamos na periferia no sistema capitalista, sofremos um impacto maior. Apesar dos avanços sociais, a economia brasileira nunca deixou de ser dependente. E quem manda é o capital financeiro. Essas empresas vão para periferias do mundo, onde estão os subalternos, para aumentar a exploração, seja ela do trabalho ou da natureza.”