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Novo sindicato se filia à Fisenge

Sindicato dos Engenheiros Agrônomos do Rio Grande do Norte é o novo filiado à entidade

Fonte: Fisenge

Aconteceu, no dia 26/12, a assembleia de filiação do Sindicato dos Engenheiros Agrônomos do Rio Grande do Norte (SEA-RN) à Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge). A assembleia foi acompanhada pela diretora da Fisenge, a engenheira agrônoma Giucélia Figueiredo. Joseraldo do Vale é o atual presidente do sindicato pelo mandato de um ano. O SEA-RN é o mais antigo sindicato dos engenheiros do estado, fundado em 16 de maio de 1978. Confira a entrevista com Joseraldo.

Por que decidiram pela filiação à Fisenge?

Somos o sindicato de engenheiros mais antigo do estado, desde 1978, e com nossa eleição queremos ampliar nossa organização e somar às lutas da engenharia e da sociedade. Decidimos pela filiação à Fisenge, pois acompanhamos a atuação forte de luta da federação e nossa diretoria compartilha desta postura.

Quais as principais bandeiras do SEA-RN?

Entendemos que o papel de um sindicato é de luta pela categoria e sociedade. Nós, no SEA-RN, atuamos pela valorização profissional, em defesa do Salário Mínimo Profissional (SMP) e também pela ocupação das diferentes instâncias, entre conselhos e governos, por engenheiros agrônomos. Especialmente no Rio Grande do Norte, notamos que os engenheiros agrônomos não estão nos Conselhos Estaduais e Municipais e outras instâncias, como o Conselho de Desenvolvimento Rural. Entendemos que precisamos reivindicar espaços no Estado. A nossa esperança é que, ao lado da Fisenge, consigamos avançar mais e mais na organização dos engenheiros e das engenheiras. Temos muito a construir.

Qual a situação dos engenheiros agrônomos no Rio Grande do Norte?

Concurso para engenheiro agrônomo para atuação em empresas do estado, por exemplo, há exigência de Crea, mas assim que o profissional é aprovado passa para a função de analista técnico, e não como engenheiro. Esta forma contribui para a precarização e para os baixos salários, que chegam a aproximadamente R$1.854 no interior, na ONGs de 3 a 5 salários mínimos e no estado há uma variação, uma realidade, infelizmente, muito distante do Salário Mínimo Profissional. A desvalorização é muito grande e, por isso, acreditamos que é fundamental um forte trabalho de base para fortalecer a categoria e lutar pela valorização profissional.

Quais as principais questões da agronomia em nosso país?

No nosso país hoje, a reforma agrária não pode ser jogada para debaixo do tapete. Dados do IBGE apontam que a agricultura familiar é essencial para o abastecimento de alimentos nas casas dos brasileiros, sem contar a participação no PIB do país. No último congresso de agronomia, ouvimos uma informação importante: terras de até dois módulos fiscais são responsáveis pela produção de cerca de 50 a 60% dos alimentos. Propriedades de até 50 hectares correspondem a 82% do total de estabelecimentos e ocupam apenas 13% da área ocupada pela agricultura. Em contraposição, propriedades acima de 500 hectares correspondem a 2% do total de estabelecimentos e ocupam 56% da área total, de acordo com dados do IBGE. A reforma agrária é uma questão de soberania e segurança nacional. Ainda há um grande gargalo no que tange a oferta de assistência rural de qualidade. Esta, inclusive, é uma das cobranças da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Os editais não atendem às demandas necessárias. Assistência técnica não significa oferecer carros, é preciso estrutura; sem contar que o salário dos extensionistas não chegam ao SMP.