Nota em defesa da radicalização da democracia
51 anos do golpe civil-militar para nunca mais repetir na história do Brasil
51 anos do golpe civil-militar para nunca mais repetir na história do Brasil. A ditadura, que durou de 1964 a 1985, deixou marcas profundas em nossa sociedade, como a desigualdade e a cotidiana violação de direitos humanos. A redemocratização do país não ocorreu de forma radicalizada e, ainda hoje, enfrentamos vícios na organização do Estado brasileiro. Isso se reflete culturalmente e no próprio parlamento. Dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) apontam que temos a composição mais conservadora no Congresso Nacional, com presença de militares, fundamentalistas e ruralistas. Esta lógica é pautada pelo modelo do Estado de privilégios, e não de um Estado de direitos. A política se transformou em um verdadeiro balcão de negócios, avalizada pelo financiamento privado de campanha. A radicalização da democracia brasileira perpassa, essencialmente, pela reforma do sistema político. Isso significa a defesa do financiamento público de campanha, a ampliação da representatividade de mulheres, negros e indígenas e a regulação dos meios de comunicação. Acompanhamos, hoje, a Operação Lava-Jato, cujo intuito de alguns setores, legitimado pela mídia, caminha pela privatização da Petrobras, a maior empresa pública brasileira. Todos os dias, trabalhadoras e trabalhadores constroem a Petrobras, que produz uma das maiores riquezas mundiais: o petróleo. Alvo de disputa na geopolítica internacional, o petróleo é um dos símbolos de soberania nacional. Qualquer política entreguista e privatista vai diametralmente contra a democracia. Nosso desafio é radicalizar a democracia em todas as suas instâncias e disputar cotidianamente um Estado verdadeiramente público, capaz de promover o empoderamento e a cidadania. Repudiamos toda e qualquer tentativa de golpe e intervenção militar. A nossa luta é pela democracia, por mais direitos e mais mudanças! Saudamos neste dia o engenheiro e político brasileiro, Rubens Paiva, barbaramente assassinado pela ditadura militar. Rubens Paiva, presente!
Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge)