Marcha contra o racismo e a violência de gênero
CUT compõe primeira Marcha das Mulheres Negras, que acontece no dia 18 em Brasília
Na primeira Marcha das Mulheres Negras, que acontece em Brasília, no próximo dia 18, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) se prepara para mais um movimento de construção da história do País.
A Marcha das Mulheres Negras acontecerá dois dias antes das celebrações do Dia da Consciência Negra e denunciará o racismo, a violência, o sexismo e o avanço das forças conservadoras. O evento também vai reivindicar o fim do genocídio da juventude negra, o fim das revistas vexatórias em presídios e as agressões contra as mulheres negras.
A marcha, composta por diversas entidades do movimento negro e social, entre elas, a CUT, apresentará um documento com reivindicações das mulheres negras e quilombolas. Segundo a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, alguns capítulos do documento serão voltados para o mundo do trabalho.
“É um documento questionador sobre o papel das mulheres negras na sociedade e na economia, relacionado no desenvolvimento e no bem viver. É um momento lindo, importante, revolucionário porque nós mulheres negras somos a base do desenvolvimento do Brasil. Vamos nos levantar contra as injustiças e o racismo para que esse País reconheça seu valor e distribua sua riqueza construída por nós”, destaca a dirigente.
Para a secretária de Combate ao Racismo da CUT, Maria Julia Nogueira, a marcha irá ampliar o protagonismo das mulheres negras em suas reivindicações. “Estaremos à frente da construção de todo o processo e vamos discutir com as autoridades a nossa pauta que inclui nossa visibilidade e identidade. Por um modelo de desenvolvimento que inclua a população negra principalmente na geração de mais e melhores postos de trabalho para homens e mulheres negras”, afirma Julia.
Mulher e negra, Carmen comenta como é ser vice-presidenta da maior central sindical da América Latina. “Como dirigente, trabalhadora e mulher negra, sinto um grande desafio de estar aqui e está comigo a maioria da sociedade brasileira, homens e mulheres. A CUT exerce um papel importante desde o fato ter criado uma Secretaria de Combate ao Racismo, desde se envolver e questionar profundamente a situação dos negros no mercado de trabalho. Esse é um trabalho histórico que a CUT e movimentos negros e os demais movimentos têm cumprido uma tarefa importante”.
Sobre as pautas conservadoras que atingem os direitos das mulheres que avançam na Câmara com aval do presidente, Eduardo Cunha, a secretária nacional das Mulheres Trabalhadora da CUT, Junéia Martins, afirma que as mulheres negras serão as mais atingidas.
“Por mais que a gente faça um debate de que é para todas as mulheres, em primeiro lugar sempre vai atingir mais as mulheres negras. Agora com essa edição da Marcha das Mulheres Negras, a luta é visibilizar o preconceito, a violência, o não respeito às mulheres no mercado de trabalho, em especial as mulheres negras porque além de sofrer machismo como todas nós, também o racismo”, conclui a dirigente.
Mais informações sobre a Marcha das Mulheres Negras.