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Lula participa de plenária contra o golpe em SP

Partidos, movimentos sociais, sindicais e estudantis se reúnem contra impeachment

Fonte: Brasil de Fato

 

Cerca de 300 pessoas, representantes de movimentos populares e sindicais, estiveram reunidos no Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp), no centro da capital paulista.

A reunião foi batizada como Plenária Organizativa Contra o Golpe - diante da ameaça de impeachment contra a presidenta da República, Dilma Rousseff, em processo aberto pelo presidente da Câmara federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na semana passada.

Momentos antes, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo definiram como eixos a serem debatidos, em reuniões separadas, a luta contra o impeachment e em defesa da democracia, o Fora Cunha e Contra a Política Econômica. As duas frentes se reunirão para estabelecer agendas comuns de luta para o próximo período.

O encontro, além da participação de movimentos sociais e sindicais, contou com a presença de entiades estudantis, como a UNE e a Ubes, partidos políticos, comoo PT, PcdoB e PDT, além do ex-presidente Lula.

Muitas das falas apontaram que a defesa do governo Dilma dependerá da mobilização conjunta dos movimentos sociais, que devem dialogar com toda a população e conquistar as ruas.

“Precisamos garantir que cada brasileiro que conquistou algo em nosso projeto venha se manifestar. Dizer que é preciso que a Dilma fique e as pessoas estarão dizendo que só assim é que estaremos respeitando o direito soberano do voto popular neste país”, disse Lula. Para ele, “o impeachment tem que ter uma razão e motivação e no caso da Dilma não há nada que não o ódio.”

Para Vagner Freitas, presidente da CUT, “o impeachment interessa apenas aos reacionários” e que “por trás do impeachment existe a luta de classes. Os que propõem o impeachment são também os que votam leis contra as mulheres, os negros, as crianças e que colocam uma agenda retrógrada no Congresso.”

A luta dos estudantis secundaristas em São Paulo foi lembrada durante a plenária e vista como um modelo de mobilização que deve inspirar todos os movimentos sociais. “Quem milita aqui em São Paulo sabe o quanto é dura a batalha e a opressão de Geraldo Alckmin. Achávamos que eles eram invencíveis, mas a radicalidade dos secundaristas provou que isso não é verdade. O movimento estudantil secundarista ensinou que ninguém é invencível, nem Cunha, nem Alckmin, nem a direita”, disse Carina Vitral, da UNE.

Reforçando a ideia da luta pela democracia nas ruas com a união de todos os setores populares, o dirigente do MST, Gilmar Mauro, acrescentou: “Temos muitas diferenças entre nós, mas nós não somos covardes. Queremos democracia e a ampliação da democracia. Vamos decidir o processo nas ruas”