Integração latino-americana é crucial, diz Dilma
A presidenta e o líder equatoriano Rafael Corrêa se comprometeram a ampliar cooperação
A presidente brasileira, Dilma Rousseff, se reuniu nesta terça-feira (26) com o presidente equatoriano, Rafael Correa, em Quito. Rousseff e outros 32 líderes sul-americanos estão na capital equatoriana para a 4ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que acontece nesta quarta-feira (27) a partir das 9h (hora local, 12h em Brasília).
Durante o encontro com Correa, Rousseff destacou a importância da integração latino-americana para o crescimento de todas as economias do continente. “Conseguimos construir uma unidade em torno de alguns valores, como os valores democráticos, os valores da paz, o respeito aos direitos humanos, sobretudo de uma percepção – e acredito que o presidente Rafael Correa tem um grande papel nisso – de que a integração econômica é crucial para os nossos países, para as nossas economias”, afirmou.
Para a presidente brasileira, “o Brasil não conseguirá restabelecer as suas condições sustentáveis de crescimento, nesse novo contexto internacional, sem o crescimento dos demais países da América Latina. Sem que os demais países da América Latina tenham também condições de se recuperar.”
O líder equatoriano também enfatizou a necessidade do fortalecimento da integração regional, assim como a liderança brasileira no continente. “O Brasil sempre desempenhou um papel de liderança nos processos de integração, que são de importância singular para enfrentar um contexto econômico bastante difícil para os países latino-americanos”, afirmou Correa.
A principal pauta do encontro entre Rousseff e Correa foi o intercâmbio comercial entre os dois países. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em 2015 as trocas comerciais com o Equador alcançaram 783 milhões de dólares: 665 milhões em exportações brasileiras para o Equador e 118 milhões em exportação de produtos equatorianos para o Brasil.
O Eixo Multimodal Manta-Manaus, que vai ligar, por meio de portos e rodovias, a Amazônia brasileira ao Pacífico equatoriano, é o principal projeto para impulsionar esse intercâmbio e foi discutido entre os dois presidentes, que se comprometeram a fazer avançar sua criação.
De acordo com o governo brasileiro, o Eixo Multimodal Mantas-Manaus irá reduzir em até dez dias o tempo necessário para o transporte de produtos até o Oceano Pacífico, em comparação com a via do Canal do Panamá, além de abrir outras possibilidades de comércio para os dois países, tanto na América do Sul quanto na Ásia. “Projetos como o Eixo Manta-Manaus são de benefício multilateral” para a região e deveriam ser impulsionados como “políticas de Estado”, declarou Correa.
Os dois presidentes se comprometeram também a consolidar sua relação comercial e anunciaram que se reunirão novamente em março para “resolver as deficiências fitossanitárias de alguns produtos” equatorianos, disse Rousseff, como banana e camarão, para que eles sejam exportados para o Brasil.
Nesta reunião também serão discutidas “linhas de crédito” brasileiras ao Equador, disse Correa, que considera também a possibilidade de importar ônibus e caminhões produzidos no Brasil para “fortalecer seu tecido industrial”.
