Fisenge vai oficiar a TV Globo sobre caso de assédio a engenheira
Virginia Brandão, diretora do Senge RJ e do Coletivo de Mulheres da Fisenge, fez um desabafo indignado em apoio à colega agredida.
A Federação Interestadual dos Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) vai enviar ofício à TV Globo pedindo mais informações sobre o assédio e a violência sexual sofrida por uma engenheira dentro da emissora, da qual ela foi empregada entre os anos 2017 e 2018. O caso foi revelado pelo site Notícias da TV, repercutido pela Revista Piauí, e provocou um movimento silencioso de apoio à vítima, com artistas, técnicos, jornalistas e outros empregados vestindo verde, em referência ao nome fictício adotado por ela na revista – Esmeralda Silva.
“O caso da Esmeralda, em 2023, não pode ser tratado como algo contornável, já que estamos num estágio da sociedade em que as mulheres têm por lei a garantia ao respeito e a segurança em seus ambientes de trabalho”, afirma Virgínia Brandão, diretora do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ), e também do Coletivo de Mulheres da Fisenge. “Será que os homens não percebem que nasceram de uma mulher? Será que eles não têm irmãs, primas e mesmo suas mulheres? Não as respeitam? Parece que vivemos uma barbárie e que as leis não valem nada, que a impunidade para os criminosos continua vigente. Todo o apoio à colega Esmeralda e a todas as mulheres agredidas por homens primários, sem noção de civilidade, de igualdade, de maturidade. Que este caso seja o último, que ele seja tratado de forma implacável e que a Esmeralda seja muito forte para seguir em frente na vida com a certeza que nunca mais vai sofrer dessa forma.”
A Convenção Nº 190 da OIT (ou simplesmente C190) é o primeiro tratado internacional a reconhecer o direito de todas as pessoas a um mundo de trabalho livre de violência e assédio, incluindo violência e assédio com base em gênero. O ofício da Fisenge também vai pedir detalhes à TV Globo sobre a política de apoio às vítimas e sobre as futuras providências para um ambiente livre de violências e assédio.
O Senge RJ repudia o assédio e está aberto a todas as engenheiras que precisem de apoio jurídico e acolhimento. Engenheira, em caso de violência, não silencie, denuncie