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Fisenge promove seminário de formação sindical

A polêmica sobre o fim do imposto sindical foi o principal tema do debate

Fonte: Fisenge

“Só podemos agir com convicção”, disse o presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro, Olímpio Santos, durante a mesa de abertura do seminário de formação “Sindicalismo no Brasil: História, Concepções, Estrutura e Financiamento”, no dia 8 de novembro. Na primeira mesa, estiveram presentes o Secretário Executivo da Secretaria Estadual do Trabalho, Marcírio Coelho Nunes; o presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Carlos Roberto Bittencourt; o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio de Janeiro (CTB-RJ), Maurício Ramos; o diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Jadir Baptista.

Maurício Ramos falou sobre a importância do Senge-RJ nas lutas dos trabalhadores. “A direção deste sindicato de luta é a de combater a visão do engenheiro como gestor e integrar a categoria à luta da classe trabalhadora”, salientou. Jadir Baptista lembrou dos 24 anos da greve da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). “Sou metalúrgico e, hoje, lembramos os 24 anos da greve da CSN, que foi apoiada por este sindicato”, complementou. Olímpio destacou a importância do aprofundamento da teoria. “A política está presente no dia a dia de cada um de nós. Quem diz que é ‘apolítico’ está doutrinado pela classe dominante”, concluiu. Bittencourt também ressaltou a importância de um espaço de formação para sindicalistas. “O processo de formação deve ser constante, para que possamos debater as novas faces do trabalho e dos modos de produção. Desta forma, também podemos contribuir para a renovação do quadro político-sindical convencendo mais trabalhadores sobre a importância da luta classista”, ratificou.

A segunda parte do seminário “Movimento Sindical no Brasil: História e Concepções” foi ministrada pelo professor e historiador, Helder Molina, que iniciou a exposição dialogando com o processo histórico do Brasil. “A revolução industrial é um processo permanente, que ocorre até hoje com a produção em larga escala e crescimento do mercado. Somos vítimas das metas”, explicou. Molina aponta que os sindicatos precisam retomar o trabalho pedagógico para se tornar representativo. “É fundamental a retomada da organização por local de trabalho. A precarização do trabalho faz parte da agenda do grande capital. Hoje, a classe média tem cabeça de burguês e bolso de proletário. Por isso, não basta apenas lutar por salário e emprego. Temos que discutir política e sociedade”, pontuou Molina.

 

Imposto sindical acirra debate entre centrais sindicais

A polêmica sobre o fim do imposto sindical foi o principal tema do debate “As concepções atuais sobre a estrutura sindical, sustentação financeira dos sindicatos/imposto sindical e outras formas”, realizado no dia 9 , no auditório do Senge-RJ. Foram convidados para a mesa o vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nivaldo Santana; e o secretário adjunto de organização sindical da CUT, Valeir Ertle. “A retirada da contribuição sindical (taxa que o trabalhador paga anualmente correspondente a um dia de trabalho) é um mecanismo de fragilizar o sindicato, que vai sufocar grande parte do sindicalismo brasileiro”, propôs Nivaldo. Já Valeir trouxe a posição da CUT pelo fim da contribuição sindical. “Os trabalhadores têm que ter liberdade e posição política para contribuir e fortalecer o seu sindicato”, afirmou, destacando que no 11º Congresso Nacional da CUT (ConCUT ) há uma resolução para o fim da contribuição.

 

Diretores da Fisenge debatem sobre o papel da engenharia no processo histórico do país

O último painel do seminário de formação sindical, promovido pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) abordou pontos sobre a história da engenharia  e sua importância no contexto de desenvolvimento nacional.  O engenheiro, historiador e diretor da Fisenge, Roberto Freire fez uma contextualização histórica da engenharia e do surgimento de suas respectivas entidades de classe, instituições e associações. “A engenharia surge como um grande negócio. Na década de 1930, por exemplo, é criado o Sistema de Defesa contra Estrangeiros e Leigos. Nesse momento, Getúlio Vargas cria a Lei dos 2/3, ou seja, 2/3 dos trabalhadores das empresas nacionais precisariam ser exclusivamente brasileiros”, contou. Já o diretor da Fisenge, Agamenon Oliveira, explanou sobre os principais problemas da organização dos engenheiros. “As estruturas sindicais de hoje ainda têm uma herança varguista e precisam ser profundamente transformados. O sindicato deve considerar a articulação com os movimentos sociais como forma estratégica de se articular com a sociedade. A organização dos engenheiros será uma obra coletiva da própria categoria”, finalizou.