Eletricitários criticam governo por privatização
Para o Coletivo Nacional dos Eletricitários, a venda da CELG é uma decisão política
Se for a ruptura que o governo quer com a privatização da CELG e das demais distribuidoras do Sistema Eletrobras, nós vamos reagir
Em reunião no Palácio do Planalto nesta segunda-feira, dia primeiro, as Centrais Sindicais CUT, CTB, CONLUTAS, INTERSINDICAL, a CNU, FNU, FURCEN, FISENGE, FNE, MST, MAB, sindicatos do setor elétrico e os deputados federais Érika Kokay (PT-DF) e Rubens Otoni (PT-GO) tentaram mais uma vez suspender o processo de privatização da CELG, empresa de distribuição de energia de Goiás, e outras seis distribuidoras do Sistema Eletrobras.
A reunião estava agendada com os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzini, mas novamente as lideranças foram recebidas pelos secretários executivos desses ministérios e o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia. Lamentável essa postura de tratar com desdém quem ajudou a reeleger este governo em 2014 e que, ao longo de 2015, defendeu a democracia contra o golpe.
Ao ser apresentada a proposta do governo de “privatizar as sete distribuidoras do Sistema Eletrobras e centrar esforços apenas nos investimentos nas G&T’s”, mantendo a privatização da CELG sem aceitar o adiamento da audiência pública, no dia 03, em Goiânia, a reação da classe trabalhadora não poderia ser outra. Indignação, frustração, decepção e sentimento de traição. E o que causa mais revolta é saber que nada está sendo feito para preservar o emprego dos trabalhadores.
Não foi para vender empresas públicas que a classe trabalhadora reelegeu o governo Dilma. Isso é inaceitável. Foi-nos prometido que nenhuma empresa pública seria privatizada e por isso apoiamos essa proposta. Agora estamos vivenciando esse absurdo. Essa postura esquizofrênica é lamentável.
Nem mesmo em 16 anos de governos do PSDB em Goiás os tucanos conseguiram privatizar a CELG. Tentaram muitas vezes, mas os trabalhadores e a sociedade resistiram e venceram. E agora ver toda essa incoerência tomando forma no seio do governo que ajudamos a eleger é algo realmente inconcebível.
Sabemos que a venda da CELG não é uma decisão técnica, como afirmou o governo. Trata-se de uma decisão política. Isso porque a venda desse patrimônio não resolve o problema do governo federal, mas atende muito bem os interesses do governador de Goiás e do capital privado.
Existem sim, alternativas. E estamos dispostos a discuti-las. Ainda há tempo. A criação de uma Empresa Nacional de Distribuição seria uma saída para gerir melhor essas empresas. Agora, esse discurso de que não existem recursos para fazer frente à necessidade das distribuidoras da Eletrobras realmente não nos convence mais. O que estamos vendo é a retirada de direitos e investimentos sociais para bancar o capital especulativo no Brasil. Mas se o governo está pagando pra ver a ruptura com os movimentos sociais e sindicais nós vamos reagir.
E será que estão conscientes dessa decisão, traindo a classe trabalhadora?
Nesta quarta-feira (3), em Goiânia, está prevista uma audiência pública, oportunidade em que deve ser formalizado o edital de privatização da CELG. Se isso de fato acontecer, os movimentos sociais, toda a categoria eletricitária no País e sua a base social romperão definitivamente com o governo Dilma.
Assim como fomos pras ruas em 2015 defender a democracia contra o golpe vamos lutar com muita disposição contra essa grande traição.
Não vamos nos render e jamais desistiremos da luta!