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Documento revela engenheiro vítima da Ditadura

Raul Amaro, formado pela PUC-Rio, foi torturado e morto durante o regime militar

Fonte: Fisenge

 

Raul Amaro tinha se formado como engenheiro na PUC-RJ havia quatro anos quando em 1971, aos 27 anos, foi preso numa batida policial. Passou pelo DOPS/RJ, pelo DOI-CODI do I Exército e, dali a 11 dias, estaria morto. No contexto de criação das comissões da verdade, os seus sobrinhos Felipe e Raul, com a ajuda do coordenador do projeto Armazém Memória, Marcelo Zelic, lançam um relatório com importantes revelações sobre o caso.

Baseando-se em documentos coletados em arquivos públicos e depoimentos de amigos de Raul Amaro, a pesquisa traz informações importantes e inéditas, como um documento que comprova que o comando do I Exército ordenou o interrogatório de Raul um dia antes de morrer no Hospital Central do Exército (HCE) (a ligação do “porão” com o “comando”), além dos nomes de seus possíveis executores e o desmonte da versão oficial veiculada em O Globo sobre sua morte.

Os autores ainda apontam críticas ao processo da comissão da verdade, trazendo como exemplo para seus posicionamentos o relatório parcial divulgado pelo ex-membro da Comissão Nacional da Verdade, Cláudio Fonteles, sobre o caso Raul Amaro. O relatório, para eles, “conta com erros de leitura que revelam os limites políticos da comissão da verdade”.

O relatório foi entregue à Comissão Nacional da Verdade (CNV) e à Comissão da Verdade do Rio (CEV).

A mãe de Raul, Mariana Lanari Ferreira, entrou com processo na justiça federal do Rio de Janeiro em 1979 visando a responsabilização da União pela prisão, tortura e morte de seu filho. A União acabou condenada e o processo transitou em julgado em 1994. Em julho de 2012, o jornal O Globo e a Folha de São Paulo publicaram notícia com a descoberta da foto da entrada de Raul Amaro no DOPS, dia 1 de agosto de 1971.