Diretor do Senge-RJ discute energia nuclear
Gunter de Moura Angelkorte destacou a importância desse modelo de energia
O diretor do Senge-RJ Gunter de Moura Angelkorte participou de uma plenária organizada pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) sobre a energia nuclear no Brasil. Gunter é físico especializado em engenharia nuclear e trabalha na Eletronuclear há 35 anos.
O objetivo da palestra era mostrar a importância da energia elétrica para a infraestrutura brasileira. Segundo o diretor do Senge-RJ, o país terá que dobrar sua oferta energética nos próximos 30 anos. No entanto, ele explicou que o Brasil não tem potencial hídrico para alcançar esses números, ou seja, usando apenas energia produzida em hidrelétricas.
“A energia nuclear é mais uma opção que é colocada para a sociedade brasileira”, esclareceu o diretor do Senge-RJ. “Temos o recurso natural – o urânio, temos o conhecimento técnico. Falta a decisão: vamos ou não utilizar essa energia?”
Desenvolvimento
Gunter destacou que a oferta de energia tem influência sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e sobre a expectativa de vida.
“Mais de 50% do esgoto do Brasil não é tratado. Alguém conhece alguma forma de tratamento de esgoto que funcione sem energia elétrica? O crescimento econômico exige oferta de energia”, disse ele. “O consumo de energia elétrica per capita no Brasil é a metade do de Portugal. Somos inferiores em consumo à Argentina. O consumo ainda é muito baixo para que a sociedade brasileira possa dispor do conforto mínimo necessário.”
Acidentes
Após questionamentos dos participantes, o diretor do Senge-RJ esclareceu sobre os acidentes de Fukushima e Chernobyl e sobre os sistemas de segurança das unidades nucleares brasileiras.
Na palestra, Gunter colocou a posição do Brasil em tratados internacionais e a regulamentação sobre destinação final de rejeitos radioativos (Lei n. 10.308/2001). “A maior parte dos rejeitos nucleares no Brasil não são produzidos nas usinas nucleares. Eles vêm da área médica”, explicou.
Na apresentação, Gunter destacou também a posição de um dos fundadores do Greenpeace, Patrick Moore. Ele defende que a energia nuclear é segura para o meio ambiente porque não emite gás carbônico. Em outras fontes, como o carvão, há a emissão de gases poluentes.