Cinema de Resistência: dia 20, 18h, Privatizações, a distopia do capital
Documentário de Silvio Tendler discute a entrega do patrimônio público ao setor privado. Após a sessão, debate com o diretor
Nesta quinta-feira (20), às 18h, o Cinema de Resistência apresenta o documentário “Privatizações: A Distopia do Capital” (2014), com presença do diretor Silvio Tendler em debate, após a sessão. O filme faz uma reflexão sobre o país, em especial a relação entre o patrimônio público e o capital privado. Em 56 minutos, analisa as consequências da adoção descontrolada de medidas neoliberais no Brasil após as passeatas de 2013; retrata, com imagens, como o governo foi capaz de gerenciar a venda de ativos públicos ao setor privado; e aprofunda a percepção sobre os rumos da democracia e o interesse público do povo brasileiro.
“Imagine, cidadão, que o ar que você respira agora no Raso da Catarina pode estar sendo vendido em Cingapura, ou as águas do rio Amazonas, que há milênios correm no mesmo leito, passarão a ser chamadas de blue gold – ouro azul – e passariam à propriedade de meia dúzia de empresas que vão tentar convencer a sociedade brasileira que a água paga é melhor do que o livre acesso de água para todos”, questiona um dos trechos do documentário. Intelectuais, políticos e educadores abordam o ônus decorrente das políticas de desestatização. Participam do filme: Pablo Gentili, Marcio Pochmann, Guilherme Estrella, Paulo Vivacqua, Carlos Lessa, Ermínia Maricato, João Pedro Stédile, Luiz Pinguelli Rosa, Maria Inês Dolci, Carlos Vainer, Eduardo Fagnani, Ladislau Dowbor, Mrcos Dantas, Samuel Pinheiro Guimarães, Vagner Freitas, Maria Inês Bravo, Gaudêncio Frigotto, e Henri Acselrad.
Verdadeira aula sobre a história recente do Brasil, “Privatizações: A Distopia do Capital” é uma realização do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) e da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), com o apoio da CUT Nacional. Traz a assinatura da produtora Caliban e a força da filmografia de Silvio Tendler, um dos mais respeitados nomes do cinema brasileiro.
De acordo com Tendler, a proposta dos realizadores é promover o debate em todas as regiões do país como forma de avançar “na construção da consciência política e denunciar as verdades que se escondem por trás dos discursos hegemônicos”. Na mesma perspectiva foi lançado recentemente o documentário Dedo na Ferida, também uma realização do Senge-RJ e da Fisenge, Prêmio do Júri Popular no Festival do Rio e Menção Honrosa no Festival Internacional de Cinema Político da Argentina, já transformado em material de estudo junto aos movimentos sociais e instituições de ensino, e que em breve será exibido no ciclo Cinema de Resistência.
Veja o trailer de Privatizações: A Distopia do Capital
https://www.youtube.com/watch?v=5_usVgwS8IU