CET-Rio: trabalhadores deliberam sobre ACT 2014/15
Engenheiros não aceitam cláusula da PLR
Em assembleia realizada no dia 16 de dezembro no Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), os trabalhadores da CET-Rio aprovaram, por unanimidade, que só vão aceitar o Acordo Coletivo de Trabalho 2014/2015 caso a cláusula quadragésima sétima (que trata da Participação nos Lucros e Resultados, PLR) esteja de acordo com a proposta apresentada por eles.
Os trabalhadores consideraram inaceitável a proposta feita pela empresa sobre o pagamento da PLR, pois representa, além de grande perda para a categoria, o abandono do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).
“É praticamente 20% a menos para cada nível de desempenho”, aponta o diretor que acompanha a negociação, Adalberto Garcia. A PLR partilha os lucros da empresa, entre os trabalhadores considerando os níveis de desempenho de cada um. “Tem funcionário da empresa, em função de direção ou de chefia que consegue substanciosa gratificação a cada PLR, enquanto outros tiram quase nada”, compara. Adalberto lembra ainda que o destino dos valores ociosos não é transparente. “Por isso, não aceitaremos a proposta que eles apresentaram,” conclui o diretor.
O desacordo surgiu após publicação de decreto do Prefeito em agosto desse ano, que mudou as condições da cláusula da PLR. “O artigo quadragésimo sétimo apresentado pela prefeitura foi vago e distribua os valores de forma desigual; foi uma imposição”, diz o engenheiro Henrique Torres, funcionário da CET-Rio há 12 anos. A proposta de PLR apresentada pela prefeitura repartia os valores em duas partes. Uma parcela fixa de 50% do valor total a ser distribuído proporcionalmente aos salários dos trabalhadores e, uma parcela variável de 50% que seria dividida por “meritocracia”. Para os trabalhadores da CET-Rio, a única “meritocracia” é o modelo avaliado pelos parâmetros do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).
A proposta da empresa foi: A proposta dos trabalhadores é:
Níveis Valor Níveis Valor
Excelente (E) 80% Excelente (E) 100%
Muito Bom (MB) 60% Muito Bom (MB) 90%
Bom (B) 40% Bom (B) 80%
Regular (R) 20% Regular (R) 70%
Fraco (F) 0 Fraco (F) 50%
Henrique aponta que a empresa tem passado por grande precarização e terceirização e que essa proposta é reflexo disso. “Está acabando, é preciso além de discutir se receberemos ou não a PLR, temos que discutir os rumos que a empresa está tomando”, critica.
Além da criticada cláusula, o ACT só garante a correção de 5,9% da inflação, excluindo outros aumentos como ganho real, auxílio refeição e outras vantagens, fazendo deste, um acordo considerado péssimo por Adalberto.