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Café e Política discute desafio para superar golpe

Debate político foi realizado no auditório do SENGE-RJ na última sexta-feira (24)

Foto: Adriana Medeiros

 

Na última sexta-feira (24), o Café e Política recebeu o embaixador Samuel Pinheiro, o coordenador do MST João Pedro Stédile, o professor de história Francisco Teixeira e o economista Theotonio dos Santos para discutir os desafios para superar o golpe em curso no Brasil. Na abertura do encontro, o presidente do SENGE-RJ, Olímpio Alves dos Santos, afirmou que “queremos dar nossa contribuição para decifrar mais um golpe”.

O embaixador Samuel Pinheiro acredita que o golpe foi dado, inicialmente, pelo controle do Legislativo, exatamente como aconteceu em 1962. No entanto, a diferença dessa vez é que o golpe não precisou ser militar. João Pedro Stédile completa dizendo que se deu “um golpe institucional para aplicar um golpe neoliberal”.

“O objetivo é voltar a se alinhar com os Estados Unidos, recompor a forma de lucrar em um ataque frontal aos direitos dos trabalhadores e apropriar os recursos públicos e os bens da natureza”, defende Stédile.

Para o coordenador do MST, o desafio principal da classe trabalhadora é trabalhar firmemente para construir uma greve geral e mobilizar setores além das instituições, como sindicatos e entidades de classe.

“As manifestações não foram do povão. O povão está em casa vendo novela. Isso foi um dos fracassos dos governos Lula/Dilma, que não conseguiram politizar a população”, afirma. “A longo prazo, o desafio é pensar em um novo projeto para o país. O modelo de neodesenvolvimentismo, não funciona mais, pois se baseia na união com a burguesia, que não aceita mais essa união”.

           

Lançamento

Durante o encontro, o SENGE-RJ também lançou a revista “América Latina em Movimento”. A edição de junho de 2016 tem como tema “A comunicação em disputa”. Uma parceria do Sindicato com a Agência Latinoamericana de Información (ALAI), a publicação fala sobre a democratização da comunicação e integração regional, defendendo a ideia de que a comunicação popular é o caminho.

“Essa revista é muito importante porque engloba o cenário em toda a América Latina. Para entender o que acontece aqui é preciso entender o que acontece lá fora também”, disse o diretor de Comunicação do SENGE-RJ, Miguel Sampaio.