Alunos do Cefet protestam contra mudança para Ifet
reestruturação do MEC pode fechar cursos de graduação em engenharia
Fonte: O Dia
Alunos do Cefet protestam contra a ordem do MEC de transformá-lo em Instituto. Medida atrapalharia a reposição de professores para o semestre | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia |
O Cefet-RJ vive uma crise de identidade que pode obrigá-lo a fechar cursos. O MEC quer transformá-lo em Instituto Federal de Educação Tecnológica (Ifet), o que mexeria na grade curricular; já a direção pede que o centro vire universidade, para ter mais autonomia na contratação de mestres. No meio da batalha burocrática, alunos estão apreensivos com possíveis atrasos e programam manifestação para sexta-feira, às 10h, no campus do Maracanã.
Por lei, todo Ifet deve reservar 20% das vagas para Licenciatura. Para atender à determinação, o Cefet teria que fechar parte da Graduação em Engenharia, além de carreiras técnicas. Hoje, há 5 mil vagas no Ensino Superior. “Seria um retrocesso”, avaliou o diretor-geral, Carlos Henrique Alves.
Mas há problemas antes mesmo dessa reorganização. Alves explica que, hoje, o Cefet não tem Banco de Professores Equivalentes, espécie de reserva permanente de mestres acionada cada vez que há aposentadorias ou licenças. “Quando isso acontece, temos de fazer concurso, o que demora muito, pois dependemos de autorização do MEC”, explica o diretor-geral.
Se o Cefet fosse elevado a universidade, o banco seria criado. E resolveria o drama do curso de Eletrotécnica. Neste semestre, seis matérias estão sem professores, que estão se aposentando. “Bate uma preocupação”, disse o estudante Alex Asth, 22 anos. “O Cefet sempre teve credibilidade nas empresas e a qualidade não pode cair”, completou.
O MEC não aceita transformar o Cefet em universidade e insiste no Ifet, alegando que a mudança poderia reduzir a oferta de cursos técnicos. “Liberaram 90 professores temporários, mas a necessidade é de contratos permanentes. Nós queremos autonomia”, contrapôs Alves.
MEC está disposto a negociar
O diretor de Desenvolvimento de Rede da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Aléssio Trindade, disse que o diálogo está aberto. “Poderemos flexibilizar as regras sobre os 20% de vagas para licenciatura, já que no Rio outras instituições oferecem o curso”, sinalizou.
Para este trimestre, o Cefet terá um Banco de Professores Equivalentes e Quadro de Reserva Técnico Administrativo. “Não pretendemos transformá-los em universidade. Nossa intenção é fortalecer a instituição, que é referência”, garantiu.