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Aldo Rebelo propõe “ampla união para a reconstrução nacional”

Para o ex-ministro, o Brasil precisa de desenvolvimento, reindustrialização e soberania científica.

(Foto: Giorgia Prates)

 

Por Ednubia Ghisi - Comunicação Senge Paraná

“Nós só enfrentaremos essa situação de crise política se criarmos um amplo ambiente de força nacionais, que despreze os ressentimentos, as posições pré-concebidas e que busque um acordo e uma unidade”, disse Aldo Rebelo, durante palestra no IV Simpósio SOS Brasil Soberano, realizado nesta sexta-feira (14), em Curitiba. A ação é iniciativa da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) e do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge-RJ), que na capital paranaense também foi realizada pelo Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).

Ex-deputado federal pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB/SP) e ex-ministro das pastas de Esporte, de Ciência, Tecnologia e Inovação, e de Defesa dos governo Lula e Dilma, ambos do PT, Rebelo agora propõe uma “ampla união para a reconstrução nacional”. No dia 7 de julho, Rebelo lançou um manifesto em que faz um apelo à “união nacional”.

Para Rebelo, é urgente a coesão entorno de um projeto nacional, diante de um cenário em que o país ameaça se reduzido a uma “colônia financeira e monetária, científica, tecnologia, cultural, militar” de interesses externos. “O primeiro dever de um patriota e defender a sua pátria”, garante o ex-ministro, que vê a questão nacional como central. “Eu vejo o Brasil com otimismo. Nós criamos uma grande promessa de democracia. Por que nós temos uma capacidade de assimilar”, afirma.

Ele apresenta três grandes objetivos a serem alcançados por essa coalização nacional: o primeiro deles é o desenvolvimento - “Não tem saída sem receita, sem a economia em crescimento”, reforça; o segundo é a reindustrialização – “O sistema financeiro tem que se soltar para a sua finalidade mais nobre, que é financiar a indústria e o desenvolvimento”; por último, a soberania científica - “Sem ciência e tecnologia, não passamos pela 4ª Revolução Industrial”.

 

Agricultura

Diante de críticas ao modelo de produção agrícola baseado em latifúndios produtores de monoculturas, Aldo Rebelo disse ter uma visão “mais generosa” sobre a agricultura. “Essa agricultura brasileira permitiu o acesso à alimentação. Eu vivi no tempo em que a proteína do pobre era o peixe salgado da feira”.

A maior produção de carnes, segundo o ex-ministro, é resultante da maior produção de milho e de soja, usados como ração, o que permite ao país enfrentar a competição com produtores europeus e americanos. “Ainda bem que temos soja para produzir e exportar, é por isso que nós temos 40% do mercado mundial de frango, porque produzimos a ração, a soja e o milho”, opina.

Para Aldo Rebelo, o agronegócio brasileiro não é de monocultivos. “Nós não temos monocultura no Brasil, nós somos grandes produtores de várias coisas”.

A visão “generosa” com relação ao agronegócio nacional Rebelo a uma previsão: “O Brasil será mais importante naquilo que muito importante para o mundo, que é segurança alimentar”.

 

Forças armadas

“Um país que não tem forças armas compatíveis com o seu tamanho não é respeitado. É como um adulto que ainda pensa que é adolescente”, sintetiza Rebelo sobre seu projeto militar para o Brasil, frisando a extensão territorial continental do país: 17 mil quilômetros de fronteira terrestre e 8 mil de costa litorânea.  

“O Brasil vive assediado, cercado, porque tem muitas potencialidades, muitas capacidades”, argumenta.  

 

“Conversas de botequim”

Especulações lançadas recentemente por veículos de comunicação afirma que Aldo Rebelo estaria de saída do PCdoB para o PSB. Questionado sobre a veracidade da infirmação, ele afirma tratar-se de uma inverdade, apesar de confirmar proximidade com o PSB, em especial por relações anteriores com Miguel Arraes e Eduardo Campus.

Ainda no campo das suposições, outra leva de notícias colocam Rebelo na vice-presidência de Rodrigo Maia (DEM), numa possível eleição indireta. O ex-ministro classifica os boatos como “conversa de botequim”, e diz ter boa relação com Maia, mas nunca ter conversado com ele a esse respeito.